Quarta, 03 Junho 2015 10:35

Pós-doutorando cria software que auxilia docentes na aprendizagem intercultural

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Com o objetivo de preparar os alunos para o mundo globalizado, o pesquisador e primeiro pós-doutorando do Departamento de Contabilidade, Luiz Antonio Titton, desenvolveu um software que busca auxiliar os professores no ensino vivencial de aprendizagem intercultural com simuladores, atuando em paralelo com um jogo de empresas e que dá informações ao docente sobre quais aspectos devem ser mais focados no ensino.

"É um software que pode ser usado tanto no ensino presencial quanto no ensino a distância. Seu objetivo central é o de ensinar as habilidades necessárias para a inserção dos alunos no mercado globalizado", explica Titton.


O desenvolvimento do software faz parte das atividades do primeiro pós-doutorado do Departamento de Contabilidade, no projeto "Modelo vivencial de aprendizagem intercultural em simuladores", sob a supervisão do professor José Dutra de Oliveira Neto. O projeto contou com o financiamento do Programa Nacional de Pós-Doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PNPD/CAPES) e fomento do CNPq.


O software foi registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR512015000318-6. É o primeiro registro de software na produção acadêmica do professor José Dutra de Oliveira Neto.


- Jogos de empresas
Utilizados há mais de 100 anos no ensino de competências do administrador, os jogos de empresas atuam como a conexão entre teoria e prática. Neles, os alunos atuam em um simulador, disputando em equipes pelos melhores desempenhos de suas empresas virtuais. "A ideia de usar simuladores e jogos para o ensino é comum a todas as áreas do conhecimento. É a maneira de praticar a teoria aprendida sem riscos ou prejuízos", comenta Titton.


Porém, os jogos existentes são, em sua quase totalidade, destinados ao aprendizado de técnicas administrativas ou negociação isoladamente. "Há lacunas no que se refere a como tratar as diferenças culturais nesses jogos", afirma o pesquisador, comentando que a lacuna está no fato de não existirem exemplares e pesquisas sobre a aprendizagem de habilidades interculturais com o uso de simuladores de empresas em ambiente de jogos. "Nesse contexto, surge o software que mostra como fazer a gestão didática das diferenças culturais de forma a criar habilidades interculturais", diz.


De acordo com Titton, o software não pretende oferecer nenhuma indicação de qual seria o procedimento didático que o professor deve utilizar. "Sua função é a de indicar a ocorrência de algum choque cultural ou dificuldade intercultural que demande ação formativa."


- Como funciona
O software fica instalado no Cloud e pode ser utilizado em qualquer lugar do mundo. Foi desenvolvido para ser utilizado com qualquer jogo de empresas que também esteja disponível nessa nuvem mundial.


Seu funcionamento é viável para qualquer número de alunos, presencial ou a distância. O professor ativa o software em momentos rotineiros do jogo como parte da atividade normal e, assim, os alunos passam a usá-lo como parte de suas tarefas. O professor, então, recebe regularmente o diagnóstico a partir das informações coletadas dos alunos e complementadas com as que o jogo envia ao software. Isso dá ao docente o panorama da situação da turma de alunos com diversas visões.


"A chance de ter a visão detalhada de pequenos grupos que possam estar passando por problemas importantes oferece a oportunidade para o professor ministrar atividades direcionadas para ajudar alunos com dificuldades, de maneira dirigida para os problemas de aprendizagem identificados", diz Titton.


O software está em fase de testes em disciplinas oferecidas na FEA-RP, na Cesgranrio e na Universidade de Kozminski, na Polônia, envolvendo mais de 200 alunos. Em julho, Titton apresentará o software na 46ª edição do ISAGA Conference, que será realizado em Kyoto, no Japão, e terá como tema "Hybrid Simulation and Gaming in the Network Society". A previsão é que a fase de testes do software termine em agosto de 2015.

Os pesquisadores podem ser contatados pelos e-mails titton@usp.br e dutra@usp.br 

 

Foto: Eduardo Alexandre Gula

Titton 2

Pesquisador Luiz Antonio Titton

Lido 2884 vezes Última modificação em Sexta, 05 Junho 2015 12:17