A professora Charlotte N. "Lani" Gunawardena, da University of New Mexico (Estados Unidos), esteve na FEA-RP, de 17 de julho a 7 de agosto, para ministrar a disciplina de pós-graduação "Aprendizagem Colaborativa Online".
"Meu objetivo ao ministrar essa disciplina foi facilitar a aprendizagem do processo de colaboração", afirma a professora, que diz ainda acreditar que alcançou o objetivo. "Pelos projetos que os alunos apresentaram, pude perceber que eles realmente se interessaram pelo tema e viram que essa aprendizagem colaborativa pode mudar a educação no Brasil."
A disciplina foi ministrada presencialmente, em inglês, mas contou também com aulas online. Dentre o conteúdo apresentado pela disciplina aparecem temas como: definições e sistemas de educação online; princípios da educação online e necessidades de usuários; framework conceitual para o projeto de aprendizagem colaborativa e o papel do facilitador de aprendizagem online; ferramentas de mídia; e atividades online com foco no inquiry learning.
Charlotte explica que aprendizagem colaborativa envolve trabalho conjunto. "É quando um grupo se reúne e desenvolve um projeto juntos, colaborando, dividindo ideias, ouvindo as ideias uns dos outros e decidindo por uma ideia que todos concordem", diz. De acordo com ela, no Brasil, normalmente, os trabalhos são de cooperação. "Há somente a divisão do trabalho em que um faz uma parte, o outro faz outra parte, mas as ideias não são discutidas", comenta. A professora aponta ainda que os cursos online no Brasil são marcados pela individualidade e não pela colaboração em grupo.
Além de ministrar a disciplina na FEA-RP, Charlotte também apresentou palestras sobre Massive Online Open Course (MOOC), cursos abertos que têm como característica o grande número de alunos (massive) e a escalabilidade. As palestras foram apresentadas nos campi da USP de Ribeirão Preto e São Carlos.
- Pesquisa
Junto ao professor do Departamento de Contabilidade, José Dutra de Oliveira Neto, e do pós-doutorando Luiz Antonio Titton, Charlotte está desenvolvendo a pesquisa denominada "Modelo vivencial de aprendizagem intercultural em simuladores de empresas".
O objetivo da pesquisa é avaliar o potencial didático de um artefato de gestão da aprendizagem intercultural. O artefato foi concebido com base no Modelo Vivencial de Aprendizagem Intercultural e será testado com alunos de culturas diferentes, como suporte didático. De acordo com os pesquisadores, a dinâmica em que ocorre a aplicabilidade desse artefato é paralela com o uso de jogos de empresas.
Ainda segundo eles, o resultado esperado é que o sistema contribua no processo de ensino-aprendizagem ao apontar para o professor em quais atributos das habilidades está havendo deficiências nas quais ele poderá atuar com procedimentos didáticos que julgar necessários. É previsível, também, que o sistema seja adequado para EAD, pela sua total aderência tecnológica com o ambiente web, contribuindo para a formação de melhores profissionais com habilidades interculturais.
Foto: Kleber Alexandre Benatti
Professora Charlotte (ao centro, na primeira fileira) junto aos alunos