Na coluna Reflexão Econômica, o professor Luciano Nakabashi fala sobre a recente melhora das expectativas econômicas brasileiras e alerta para possibilidades não tão promissoras assim para 2023.
Em sua análise, Nakabashi afirma que tanto empresários quanto consumidores demonstram satisfação com o atual momento, fruto do desempenho econômico dos dois primeiros trimestres deste ano, que se saiu melhor que o esperado.
Os bons números da economia, segundo o professor, são resultado, sobretudo, da retomada do setor de serviços; como é o setor que mais emprega, “então a economia de fato tem gerado emprego”. Mas são ainda resultado das medidas de redução de impostos sobre combustíveis e energia e da queda do preço internacional do petróleo. E também da volta à normalidade pré-pandemia e dos estímulos expansionistas do governo, “muito de olho nas eleições”, do adiantamento do 13º salário e do FGTS, o aumento do Auxílio Brasil, os recursos para caminhoneiros e taxistas.
Todos esses fatores, diz, são responsáveis pela melhora econômica que é sentida hoje e não eram consideradas por nenhum analista. “Parece que a economia está sob controle.”
Mas até que ponto essas expectativas devem permanecer? A resposta, segundo Nakabashi, pode depender de fatos ainda não previstos, mas com todo o estímulo para aumentar a demanda econômica, incentivado pelo governo federal, as taxas de juros devem permanecer altas por muito mais tempo. Como o País não fez uma reforma fiscal a contento, o que se prevê é uma piora das dívidas públicas.
E, quando os impostos voltarem, “tudo isso vai impactar novamente os preços em 2023. Começaremos um ano difícil, com expectativa ruim, de crescimento ruim”, alerta.
Via: Jornal da USP