Viernes, 23 Diciembre 2022 08:29

Valores do agro seguem impressionantes

Rate this item
(2 votes)

 Seguem nossas reflexões dos fatos e números do agro em novembro/dezembro e o que acompanhar em janeiro. Na economia mundial e brasileira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta 0,41% no mês de novembro, abaixo do registrado em outubro (0,59%). Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 5,90%, menor taxa dos últimos 21 meses. Em 2022, o IPCA acumula 5,13%. Entre os nove grupos acompanhados pelo indicador, sete tiveram alta no mês passado: alimentação e bebidas (+0,53%); habitação (+ 0,51%); vestuário (+1,10%); transportes (+ 0,83%); saúde e cuidados pessoais (+ 0,02%); despesas pessoais (+ 0,21%); educação (+ 0,02%); artigos de residência (- 0,68%); e comunicação (-0,14%). No grupo dos “Transportes”, a alta é justificada especialmente pelo aumento nos preços dos combustíveis (etanol cresceu 7,6% e a gasolina 3,0%). Nos alimentos, as duas maiores variações foram a cebola (+23,0%) e o tomate (+ 15,7%) e as duas principais quedas foram o leite longa vida (- 7,09%) e o frango (- 1,75%).

 

Com relação aos indicadores da economia brasileira, divulgados pelo boletim Focus/Bacen de 16 de dezembro, percebe-se certa estabilidade no mercado. De acordo com o relatório, o IPCA deve fechar o ano de 2022 em 5,76% (queda), enquanto no ano seguinte espera-se 5,17% (aumento). Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está projetado em 3,05% para este ano e em 0,79% para o próximo (ambos em estabilidade). A taxa Selic foi mantida em 13,75% para 2022 e em 11,75% para 2023 (ambos estáveis), enquanto o câmbio deve se sustentar nos R$ 5,25 no fechamento deste ano e 5,26 em 2023. Importante monitorarmos como o mercado irá reagir às indicações dos ministérios para o novo governo.

 

No agro mundial e brasileiro, os preços globais dos alimentos mantiveram a tendência de queda no mês de novembro, após atingir o ápice em março de 2022. O Índice de Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) alcançou 135,7 pontos no mês, uma redução marginal de 0,15% frente a outubro (135,9 pontos), o que representa o oitavo mês consecutivo de quedas. No entanto, quando comparado a novembro de 2021, o indicador ainda está 0,3% maior. Dentre os segmentos que compõem o índice, cereais tiveram queda de 1,3%, com impacto significativo do trigo, o qual recuou 2,8% graças à renovação do acordo que permite à Ucrânia utilizar a rota no Mar Negro para escoamento; as carnes tiveram decréscimo de 0,9%; e os lácteos caíram 1,1%. Óleos vegetais e açúcar foram na contramão, com aumento dos preços em 2,3% e 5,2%, respectivamente. No primeiro caso, houve forte demanda pela matéria-prima para biocombustível, o que impulsionou o preço. Já com relação ao adoçante, a valorização do etanol no Brasil gerou pressão positiva sobre os preços globais do açúcar.

 

A indústria de fertilizantes russa deverá ganhar um novo detrator de suas margens, o que deve influenciar nos preços finais do insumo. O governo de Putin estabeleceu a cobrança de um tributo inédito sobre a tonelada de NPK exportada – consiste em uma alíquota de 23,5% sobre a diferença do preço praticado do fertilizante e o preço referência de US$ 450. A decisão tem como objetivo equilibrar as contas do governo russo, as quais estão abaladas pelos gastos com a guerra contra a Ucrânia. Dessa forma, a StoneX já estima um repasse desse custo adicional aos mercados consumidores, com cotações de ureia e fosfatados 20% superiores no começo de 2023.

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou sua terceira estimativa para a safra brasileira de grãos de 2022/23 e as notícias continuam sendo boas. Houve apenas um pequeno reajuste de -0,3% frente ao número de novembro, mas a expectativa é de uma produção recorde de 312,2 milhões de t, 15,0% superior ao colhido no último ciclo. Quanto à área, estima que serão cultivados 77,0 milhões de hectares, o equivalente a um crescimento de 3,3%. Desdobrando as culturas, na soja espera-se volume de incríveis 153,5 milhões de toneladas (+22,2%), considerando uma área de 43,4 milhões de hectares (+4,6%). O milho deve somar área semeada de 22,3 milhões de hectares (+3,5%), totalizando uma produção de 125,8 milhões de toneladas (+11,2%), sendo 27,2 milhões de toneladas advindos da safra verão (19,8%) e os 98,6 milhões de toneladas (80,2%) restantes atribuídas à segunda e terceira safras. Já na cultura do algodão, a produção de pluma deve se aproximar das 3,0 milhões de toneladas (+16,6%) em uma área de 1,6 milhão de hectares (+2,3%). Por sua vez, as culturas de inverno deverão entregar 11,4 milhões de toneladas (+21,8%), com grande destaque para o trigo, que deve somar volume de 9,6 milhões de toneladas (+24,4%) em área de 3,1 milhões de hectares (+11,6%). Seguimos com um cenário de boas perspectivas!

 

Também divulgado pela Conab, o boletim de acompanhamento da safra indica que o plantio de soja está praticamente concluído no País: até 10 de dezembro, o progresso era de 95,9% (contra 96,6% há um ano). O Rio Grande do Sul ainda se encontra com 85,0% das áreas plantadas (o mesmo porcentual de um ano atrás); e o Maranhão está com 68,0% (há um ano era de 70,0%). Todos os demais Estados já superam os 90% ou já concluíram as operações.

 

No milho primeira safra, o ritmo de plantio está um pouco abaixo, mas segue próximo do desempenho de 2021/22. Até 10 de dezembro, 76,6% das áreas totais para o cereal foram semeadas (era de 80,6% na mesma data de 2021). São Paulo, Minas Gerais e Paraná já concluíram as operações. No Rio Grande do Sul o ritmo é de 88,0% (90,0% há um ano) e em Goiás temos o maior atraso, com 71,0% das áreas plantadas (em 2021/22, as operações já estavam finalizadas nesta época). Sobre o estádio fenológico das lavouras, temos a seguinte situação: na soja, 4,1% dos campos ainda estão em emergência, 64,3% em desenvolvimento vegetativo, 17,8% em floração e 13,8% já em enchimento de grãos; no milho primeira safra, 7,1% das lavouras se encontram em emergência, 69,1% em crescimento vegetativo, 13,8% em floração, 9,5% em enchimento de grãos e apenas 0,5% em maturação.

 

Já em relação às condições hídricas, de acordo com a Conab, até o próximo dia 19 de dezembro, a maior parte das regiões produtoras deve seguir com condições favoráveis. A exceção se dá apenas para o Rio Grande do Sul, que deve ter áreas com restrição para a soja em boa parte do Estado; e áreas com restrição para o milho 1ª safra, com maiores impactos na região sul do Estado. Ainda sobre o clima, uma boa notícia é que as chances de neutralidade do La Niña no início de 2023 (janeiro a março) subiram para 71%, segundo o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). Esta avaliação indica que deveremos ter condições sazonais comuns no período, sem grandes impactos.

 

Com a colheita recorde de soja, estimada em 153,5 milhões de t para o próximo ciclo, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) projetou avanços significativos tanto no processamento quanto nas exportações da oleaginosa em 2023. O esmagamento deve totalizar 52,5 milhões de toneladas, 5,6% superior ao de 2022, gerando 40,2 milhões de toneladas de farelo (+5,8%) e 10,7 milhões de toneladas de óleo (+5,9%). Já os embarques internacionais do grão devem alcançar patamares históricos de 93 milhões de toneladas (+20%). Dessa forma, o complexo soja como um todo deve entregar receita recorde de US$ 65,8 bilhões (+11%). Fica aqui nossa torcida para os números se concretizarem!

 

No cenário internacional, o relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra global de grãos de 2022/23 trouxe poucas novidades para a soja no comparativo com o do mês passado. Houve um ligeiro incremento na oferta global, agora estimada em 391,17 milhões de toneladas contra 390,53 no mês passado, o que representa um crescimento de 10,0% no comparativo ao ciclo 2021/22. Consequentemente, os estoques também aumentaram de 102,17 milhões de toneladas (novembro) para 102,71 (dezembro) (+7,5%). Com relação aos principais produtores, os números não tiveram alterações: Brasil deve manter oferta em 152 milhões de toneladas (+19,7%); enquanto Estados Unidos e Argentina devem produzir 118,27 milhões de t (-2,7%) e 49,5 (+12,8%), respectivamente.

 

Já os indicadores do milho sofreram alterações pontuais. A produção global do cereal foi reduzida de 1.168,39 bilhão de toneladas (novembro) para 1.161,86, o que configura uma queda de 4,5% em relação à 2021/22. O impacto também foi refletido nos estoques, agora avaliados em 298,4 milhões de toneladas (contra 300,76 do relatório passado) (+2,8%). O órgão americano também não projetou modificações nos números dos principais produtores: Estados Unidos mantiveram 353,84 milhões de toneladas (-7,6%); China continua com 274 milhões toneladas (+0,5%); e Brasil estabiliza suas 126 milhões de toneladas. A maior mudança vem no quadro da Ucrânia, com redução de 4,5 milhões de toneladas entre os últimos relatórios, devendo produzir 27 milhões de toneladas (-35,9%).

 

Em novembro, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram a cifra de US$ 12,6 bilhões, crescimento de 51,2% no comparativo com o mesmo mês de 2021 e o 11° recorde mensal. Além da alta nas receitas, os volumes embarcados também cresceram: somaram 19,3 milhões de toneladas, 49,9% a mais. Entre as categorias mais exportadas, o Complexo Soja (1°) ficou na liderança com receita de US$ 2,74 bilhões (+ 31,9%), sendo que a soja em grão vendeu US$ 1,62 bilhão (+ 22,3%). Na sequência aparecem Carnes (2°), que registraram receita de US$ 1,92 bilhão (+ 47,2%), dos quais a bovina vendeu US$ 870,0 milhões (+ 76,0%), a de frango US$ 762,1 milhões (+ 29,0%) e a suína outros US$ 228,12 milhões (+ 35,3%). Em 3° estão os Cereais, Farinhas e Preparações, com receita total de US$ 1,86 bilhão (+ 243,8%), com grande destaque para o milho que vendeu US$ 1,73 bilhão (+ 255,8%). O Complexo Sucroalcooleiro aparece em 4°, com receita de US$ 1,83 bilhões (+ 83,5%), sendo que o grande destaque foi para a participação do açúcar com transações que somam US$ 1,66 bilhões (+ 78,5%). Por fim, em 5°, temos os Produtos Florestais, que venderam US$ 1,35 bilhões (+7,4%). Nas importações, o setor comprou US$ 1,48 bilhão em novembro (+ 2,2%), o que possibilitou um saldo positivo na balança comercial de US$ 11,16 bilhões, 61,5% superior ao saldo de novembro passado.

 

Olhando em detalhe para o milho, um dos principais destaques da balança comercial em novembro, as exportações somaram 6,06 milhões de toneladas no mês, alta de 222,3%. Já as receitas cresceram ainda mais, 255,8%, fechando em US$ 1,73 bilhão. Com isso, o valor da tonelada exportada do cereal ficou em US$ 285,54, crescimento de 40% (em novembro passado era de US$ 203,84). No acumulado do ano (jan. a nov.) já exportamos 37,17 milhões de t de milho (+118,8%) e arrecadamos US$ 10,36 bilhões (+ 209,7%).

 

Apesar da euforia nos últimos meses com o incremento das exportações de milho para o mercado chinês, Pequim tem projetado planos para reduzir as importações do cereal em mais de 20 milhões de toneladas até 2031 (hoje o volume é de 28,4), segundo informações do relatório China Agricultural Outlook 2022-2031 da InvestSP. Dessa forma, o país asiático quer revitalizar a indústria de sementes, apostando em biotecnologia e na aprovação de transgênicos para alavancar sua produção em 2% ao ano, chegando a 2031 próximo à autossuficiência (produção de 324 milhões de toneladas vs consumo de 328,2).

 

No Brasil, o Ministério da Agricultura (Mapa) atualizou as suas previsões para o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária em 2022, para R$ 1,185 trilhão, leve queda 0,1% na comparação com 2021. A redução é justificada pela renda menor para as cadeias da pecuária, que devem somar R$ 372,4 bilhões neste ano (-1,5%), já que na produção agrícola o resultado será de R$ 813,1 bilhões (+ 0,7%). Para 2023, a estimativa mais recente do Mapa é de um VBP total em R$ 1,256 trilhão (+ 6,0%), com as cadeias agrícolas respondendo por R$ 873,04 bilhões (+ 7,4%) e as de produção animal com R$ 383,7 bilhões (+ 3,0%). Vamos torcer para que os preços se mantenham em níveis elevados para trazer boa rentabilidade aos nossos agricultores!

 

Ainda sobre a questão econômica no agro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um cenário que varia de estabilidade até um crescimento de 2,5% no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio em 2023. Segundo a entidade, apesar das perspectivas boas para preços, os custos de produção devem continuar elevados (e para algumas cadeias, crescer ainda mais) no próximo ano, o que deve trazer um cenário mais desafiador. Vale lembrar que a CNA já havia indicado a queda de 4,1% no PIB do setor em 2022 por conta dos custos elevados no campo.

 

Em novembro, o Ministério da Agricultura divulgou o relatório completo sobre o futuro da produção agropecuária no País; é o estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32. Nós já havíamos trazido alguns dados iniciais em nossa coluna, no meio do ano, mas vamos aos novos números. De acordo com o relatório, a produção de grãos deve sair dos atuais 271,2 milhões de toneladas (2021/22), para 370,4 milhões de toneladas em 10 anos (2031/32), salto de 36,6% ou 99 milhões de toneladas adicionais. Já a área plantada de grãos deve crescer em proporção menor, de 17,0%, saindo de 74,3 milhões de hectares (2021/22) para 86,9 milhões de hectares em 2031/32, 12,6 milhões de hectares adicionais.

 

No comércio internacional, o Mapa projeta o seguinte para as exportações do setor até 2031/32: o algodão em pluma deverá vender 2,64 milhões de toneladas (+ 38,6%); o milho, 46,32 milhões de toneladas (+ 25,2%); e a soja em grão, 114,92 milhões de toneladas (+ 48,9%).

 

Neste início de dezembro, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) também divulgou a segunda reestimativa da safra de laranja no cinturão citrícola São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, principal região produtora da cultura no País. Segundo a organização, 314,11 milhões de caixas (40,8 kg) serão produzidas em 2022/23, oferta que é 0,9% menor do que a expectativa inicial, redução justificada pelo regime de chuvas abaixo da média histórica no período.

 

A produção nacional de rações deve atingir 81,8 milhões de toneladas em 2022, ligeiro avanço de 1,3% no comparativo com o volume do ano anterior, segundo dados do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal). Alguns fatores como falta de insumos, preços elevados da matéria-prima, problemas logísticos e favorecimento das exportações frearam o crescimento da indústria. Mesmo assim, o segmento de pets, suínos e gado de corte registrou aumentos nos volumes de produção, equilibrando as quedas em aves de postura e leite.

 

O Mapa liberou o registro de 45 defensivos agrícolas formulados neste final de 2022. Desses produtos, 15 tem aprovação para utilização na agricultura orgânica e outros 22 são de baixo impacto. Desde o início do ano, foram registrados 112 produtos de baixo impacto, os quais apresentam ingredientes biológicos, microbiológicos, bioquímicos, entre outros com menor nível toxicológico. Belo trabalho do Ministério provendo mais alternativas sustentáveis ao manejo das lavouras!

 

Ainda sobre biológicos, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta a produção, comercialização e uso de bioinsumos agrícolas no Brasil. Como a proposta foi aprovada em caráter conclusivo, ela segue agora para o Senado Federal. O texto coloca o Ministério da Agricultura como responsável pela fiscalização e importação de bioinsumos para fins comerciais, bem como organizar o registro das empresas que produzem estes produtos no País.

 

A granja Mantiqueira, líder no mercado de ovos no Brasil, assinou acordo para aquisição da Fazenda da Toca Orgânicos, empresa líder no segmento de ovos orgânicos. A transação deve englobar tanto as unidades produtoras de ovos como a fazenda de produção de grãos orgânicos, a Rizoma Agro. A aquisição faz parte da estratégia da Mantiqueira de avançar na pauta de sustentabilidade, na qual tem realizado investimentos representativos para criação de galinhas livre de gaiolas.

 

A Corteva, uma das grandes do setor de sementes e defensivos, anunciou a aquisição da Stoller em transação de US$ 1,2 bilhão. Com isso, a multinacional americana deve fortalecer seu portfólio de soluções biológicas, se posicionado com um dos principais players desse segmento, o qual está projetado para crescer 10% ao ano até 2035.

 

Fechando a nossa análise mensal do agro, trazemos na sequência o detalhamento de preços para os principais produtos do setor na data de fechamento da nossa coluna. Na soja, considerando entrega em cooperativa do Estado de São Paulo, fechou com R$ 172,60/saca para entrega em fev/23; e em R$ 170,80/saca para mar/23 e abr/23. No milho, o preço físico estava em R$ 80,80/saca e com futuros em R$ 91,36/saca para mar/23 e R$ 88,30 para jul/23. Para o algodão em pluma, a cotação base Esalq estava em R$ 177,28 por arroba. Demais produtos, tendo o Cepea/Esalq como fonte, registravam: boi gordo em R$ 292,20/arroba; café em R$ 1.020,37/saca; o trigo em R$ 1.758,92/tonelada; e a laranja em R$ 32,29/caixa.

 

Os cinco fatos do agro para acompanhar em janeiro são:

1. Clima sobre a safra brasileira de grãos 2022/23 e o desenvolvimento das lavouras. Como vimos, estamos indo muito bem e as chuvas devem ser regulares, mas cabe acompanhar a situação de perto no próximo mês, que será um dos meses mais importantes para os cultivos.
2. Início da colheita de verão e do plantio da safrinha 2023. Janeiro já deve nos trazer os primeiros movimentos de transição entre os sistemas. Vale lembrar que os resultados da 2ª safra dependem em grande parte de como será o ritmo das operações neste momento.
3. Olhar para os custos de produção (insumos, arrendamento e outros) da segunda safra e também dos cultivos de inverno. Apesar da tendência de que os preços das commodities permanecem em bons níveis, os investimentos no campo devem crescer e é necessário cautela na tomada de decisão. Preços dos insumos seguem caindo.
4. Início do novo governo no Brasil com o anúncio de programas, projetos, políticas públicas e dos possíveis nomes que ainda faltam para compor a equipe. Ficamos aqui na torcida para que haja bom senso e que a tomada de decisão seja o mais técnica possível.
5. Por fim, olhar também para toda a macroeconomia e conjuntura global. Neste final de ano vimos uma valorização do câmbio (chegou a R$ 5,32 em 12 de dezembro) e sabemos que teremos um ano complexo com menor crescimento econômico, inflação ainda alta e taxas de juros encarecendo investimentos. Essencial avaliar os resultados e o que vem pela frente e que o Brasil possa receber grandes investimentos internacionais.

 

Desejamos a todos um feliz 2023! Cheio de saúde e trabalho!

 

* Este texto tem coautoria de Vinicius Cambaúva e Vitor Nardini Marques.

Via: Jornal da USP

Read 761 times