Pesquisadores e profissionais de diferentes regiões do Brasil se reuniram na FEA-RP nos dias 4 e 5 de novembro para discutir diversos temas relacionados ao empreendedorismo e inovação.
O Simpósio de Empreendedorismo e Inovação teve início com a discussão sobre a Lei da Inovação e a necessidade da alavanca jurídica ser melhorada no Brasil. Na palestra “Uma alavanca e um ponto de apoio”, o professor titular da FEA São Paulo Guilherme Ary Plonski ressaltou como a Emenda Constitucional 85 foi o primeiro passo para o novo marco legal da CT&I no país.
A Emenda Constitucional 85, que estimula o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação, foi aprovada pelo Senado em fevereiro de 2015. Um dos principais objetivos da Emenda é impulsionar a pesquisa nacional e a criação de soluções tecnológicas que aperfeiçoem a atuação do setor produtivo.
Apesar da melhora nas questões legais referentes à inovação no Brasil, o professor alertou para os desafios. “A inovação passou a fazer parte do mapa mental da sociedade brasileira, mas os indicadores tiveram pouca melhora.” Ele ainda ressaltou que incentivar apenas o empreendedorismo não é suficiente. “É necessário inspirar empreendedores a abrir negócios de impacto.
- Ambientes de inovação
O segundo bloco de palestras do evento focou nos ambientes de inovação. Dalton S. P Marques, do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto comentou sobre o habitat de inovação de Ribeirão Preto marcado, principalmente, pela área da saúde.
Ele também falou sobre a importância dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e suas contribuições para a inovação. Mas ressaltou: a cooperação entre as empresas tem que se sobressair sobre a competição.
Fábio Lopes Júnior, vice-presidente da Ourofino Agronegócio, afirmou que a inovação é um processo contínuo e um diferencial competitivo, que nasce da necessidade do cliente.
Mas quem quer investir em inovação no Brasil tem que se preparar. De acordo com o professor da FEA-RP, João Luiz Passador, o país tem aversão ao risco, a burocracia emperra o processo de inovação e as agências criam obstáculos. “Inovador no Brasil é quem é capaz de se virar em meio a todo esse ambiente”, destacou.
- Empreendedorismo social
O evento debateu também a importância do empreendedorismo social. Denis Renato de Oliveira, professor da Universidade Federal de Lavras, recomendou que o tema seja incluído na formação acadêmica não só no Ensino Superior, mas também no Ensino Médio. Ele também falou sobre empoderar a sociedade para novas formas de colocação profissional, seja em parcerias com o Estado e/ou com a iniciativa privada.
- Inovação na Gestão Pública
Fernando de Souza Coelho, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), afirmou que a inovação é uma das formas de mudança na gestão pública. “Contínua e espontânea, apoia-se em novas práticas informais e envolvem mudanças pontuais e locais”.
Mas, de acordo com o professor, a inovação na gestão pública ocorre abaixo do radar político e midiático. Para aparecer, a alternativa foi a criação de prêmios. Nos últimos 20 anos vários foram surgindo e atualmente há mais de 100 prêmios voltados para a inovação na gestão pública no Brasil.
O Simpósio de Empreendedorismo e Inovação também abordou os temas Empreendedorismo e Desenvolvimento Regional, Planos de Negócio/Ferramentas para Inovação; Relacionamento Universidade/Empresa e Competências Empreendedoras.
Confira as fotos* do evento:
* Créditos: Eduardo Alexandre Gula e Luiz Fernando Laguna