O Brasil mantém evolução nos saldos de admissões formais no primeiro semestre de 2024.
Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com os resultados apresentados na Tabela 1, foram criadas 1.300.044 vagas líquidas (saldo entre admissões e demissões) com carteira assinada no acumulado do ano até junho de 2024, uma variação positiva de 2,86% em relação ao mesmo período do ano de 2023. Todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no período, com destaque para o Centro-Oeste que obteve a maior variação no acumulado do ano até junho, sendo Mato Grosso e Goiás os estados com maiores crescimentos percentuais. Em número de vagas criadas, o destaque continua sendo a região Sudeste, com saldo de 662.152 mil vagas líquidas nos 6 primeiros meses do ano. O estado de São Paulo, com geração de 379.242 mil vagas, lidera sobre as demais regiões no saldo de empregos formais.
A Tabela 2 traz os resultados dos meses de maio e junho de 2024. Do total, 26 unidades da federação registraram saldo positivo na criação de empregos. A exceção foi o Rio Grande do Sul por conta da crise climática e enchentes. Em maio de 2024, o estado gaúcho apresentou saldo negativo de 21.990 vagas, o que levou a um saldo negativo de vagas em 8.815, considerando toda a região Sul. Em junho, o saldo do RS foi negativo em 8.569, mas não o suficiente para deixar o saldo da região sul negativo, onde o saldo positivo foi de 15.287 vagas. Em junho, o Sudeste liderou a lista, com geração líquida de 93.681 novos postos formais, seguido pelo Nordeste (45.940), Centro-Oeste (23.100) e Norte (18.261).
Na Figura 1, apresentamos a evolução por região do país. De acordo com os dados divulgados, notamos o padrão sazonal de destruição de vagas em dezembro em todas as regiões do país, sendo decorrente da demissão de trabalhos temporários que ocorrem pela contratação em meses anteriores para lidar com o maior volume de produção de bens para atender as maiores vendas do final de ano devido a datas importantes para vendas como Black Friday e Natal, além da contratação, sobretudo do comércio, para atender o maior número de consumidores.
Adicionalmente, na Figura 1, notamos um começo de ano forte em termos de geração de empregos formais nas regiões Sudeste e Sul do país, mas com queda considerável na região Sul como resultados das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. As regiões Norte e Nordeste começaram o ano com geração mais fraca de empregos formais, mas com recuperação ao longo do primeiro semestre.
Na Figura 2, observamos que o setor econômico com maior variação positiva em seu saldo entre janeiro e junho de 2024 foi o de serviços, com criação de 716.909 vagas líquidas, sendo que o segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas lideraram o saldo de vagas, com saldo de 280.346. A indústria ficou em segundo lugar, com saldo de 242.314, enquanto a agropecuária obteve o menor saldo, com 73.809.
Um dos estímulos para a atividade econômica tem sido a queda na taxa de juros. Os juros menores estimulam o consumo de bens duráveis e investimentos. Adicionalmente, a expansão fiscal tem sido elemento crucial para entender essa dinâmica do mercado de trabalho, assim como o próprio aquecimento do mercado de trabalho que tem gerado mais renda e, dessa forma, consumo e investimento. Com os maiores níveis de vendas, as empresas contratam mais, levando ao efeito multiplicador.
Na Figura 3, temos os salário reais (deflacionados pelo INPC) de admissão de desligamento em cada mês de jan./2020 a jun./2024. Os dados mostram aumento dos salários médios reais de admissão e desligamento a partir do primeiro semestre de 2022, mostrando que o processo de aquecimento do mercado de trabalho também vem resultando em crescimento real da renda do trabalho.
Interessante notar, ainda na Figura 3, um crescimento do salário médio real de admissão e desligamento no início da pandemia, com posterior queda, indicando que os trabalhadores menos qualificados e, portanto, como menores salários sofreram mais no início da pandemia, sendo que eles foram retornando ao mercado de trabalho após o choque inicial, com impactos na redução dos salários das novas admissões e desligamentos.
Na RMRP, com os dados apresentados na Tabela 3, o saldo de empregos entre jul./23 e jun./24 indica que poucos municípios da região apresentaram queda no emprego formal. A variação apresentada na Tabela 3 é referente ao saldo dos últimos 12 meses em relação ao estoque de empregos formais em dezembro de 2023. Os municípios de Altinópolis, Barrinha, Cássia dos Coqueiros, Guatapará, Jaboticabal, Morro Agudo, Santa Rita do Passa Quatro, São Simão, Serrana, Sertãozinho e Taiúva se destacaram positivamente na criação líquida de empregos em relação ao próprio estoque. Por outro lado, Batatais, Jardinópolis, Luiz Antônio, Orlândia, Pontal, Sales de Oliveira, Santa Cruz a Esperança, Santo Antônio da Alegria e Taquaral apresentaram desempenho baixo ou negativo nos último 12 meses em relação ao estoque de empregos formais no final de 2023.
Em termos do total de geração líquida de vagas formais, os destaques positivos ficam para Ribeirão Preto, Sertãozinho, Jaboticabal e Santa Rita do Passa Quatro. Ribeirão Preto e Sertãozinho são municípios maiores em termos populacionais, o que ajuda a entender a maior geração de vagas, enquanto Jaboticabal e Santa Rita do Passa Quatro tiverem um bom desempenho na geração líquida de vagas quando se considera o seu tamanho populacional.
Por: Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) da Fundace.
Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com os resultados apresentados na
Tabela 1, foram criadas 1.300.044 vagas líquidas (saldo entre admissões e demissões) com carteira assinada
no acumulado do ano até junho de 2024, uma variação positiva de 2,86% em relação ao mesmo período do
ano de 2023. Todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no período, com destaque para o CentroOeste que obteve a maior variação no acumulado do ano até junho, sendo Mato Grosso e Goiás os estados
com maiores crescimentos percentuais. Em número de vagas criadas, o destaque continua sendo a região
Sudeste, com saldo de 662.152 mil vagas líquidas nos 6 primeiros meses do ano. O estado de São Paulo, com
geração de 379.242 mil vagas, lidera sobre as demais regiões no saldo de empregos formais.