Quarta, 28 Abril 2021 10:05

Entrei na USP durante a pandemia, e agora?

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Em razão da pandemia, estudantes que entraram na USP em 2020 tiveram pouquíssimo tempo de conhecer a Universidade presencialmente. Cerca de um mês após o início das aulas, o isolamento social foi imposto para conter o grau de transmissão do vírus e o ensino passou a ser remoto. Neste ano, os novos calouros não terão a oportunidade de conhecer a USP de início – mas isso não significa que o primeiro ano de faculdade será um “ano perdido”.

“Parabenizo os novos ingressantes de 2021, tanto por meio do vestibular da Fuvest, quanto pelo Sisu, e espero que aproveitem o que a Universidade disponibiliza para que as atividades de ensino não presenciais possam ser feitas da melhor maneira possível”, destaca o pró-reitor de Graduação da USP, Edmund Baracat. 

Ele lembra que, nesse processo, é muito importante a interação com os professores e o uso das plataformas de ensino a distância que a Universidade oferece para manter a qualidade do ensino de graduação na Universidade.  “Utilizando as tecnologias de informação e de comunicação disponíveis, nós procuramos fazer com que haja o menor dano possível em relação à aprendizagem dos estudantes e ingressantes de 2021″, afirma.

Para saber como aproveitar as aulas on-line da melhor maneira, conheça seis estudantes de diferentes cursos que entraram em 2020 e relatam sua experiência com o ensino a distância:

Rotina e alongamentos

O gosto pela área da saúde fez o estudante Wilker Santos Costa buscar uma profissão que promovesse o contato próximo com as pessoas. Ele percebeu bem isso ao acompanhar a avó em algumas sessões de fisioterapia após ela ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). “Isso me fez despertar a curiosidade sobre a atuação do fisioterapeuta, me encantando principalmente pelo ato de cuidar. A partir daí, fui pesquisando para conhecer melhor e me surpreendi com tantas áreas em que a fisioterapia pode atuar, como ela funciona e o tamanho de sua importância. Descobri uma profissão linda.”
 

Após cursar um ano de Fisioterapia na Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), resolveu prestar vestibular novamente para voltar a Ribeirão Preto, onde mora. “Eu queria usufruir e conhecer tudo o que a USP tinha para me ofertar, como participar de vários esportes, ensaios da bateria, cursos, conhecer melhor os projetos, o campus, que é enorme, e as pessoas.” 

Com a pandemia e o ensino remoto, além do isolamento social veio a dificuldade em se planejar para as aulas on-line. “Parecia que o dia passava e eu nem percebia, tinha a impressão de que havia feito poucas coisas e acumulado outras. O cansaço de ficar horas em frente ao computador sentado, vendo aulas ou estudando, contribuía para que ao final da noite minha cabeça e corpo doessem bastante”, conta Wilker. 

Ele então decidiu fazer algumas mudanças: criou uma rotina, incluiu alongamentos ao longo do dia, além de praticar corrida como exercício diário. Também procurou lidar melhor com as distrações e barulhos do ambiente doméstico.

Para ele, em relação ao aproveitamento de tempo, as aulas on-line foram positivas. “Como moro longe da USP, acabava tendo que pegar quatro ônibus por dia, demorando em média 1h30 da minha casa até o campus.” Outro ponto que ele destaca é a possibilidade de rever algumas aulas. “É ótimo poder assistir às aulas gravadas, pausando e retomando, além de participar de eventos por todo o Brasil, como simpósio e congressos, o que presencialmente seria bem mais difícil.” Foi durante um desses eventos, sobre pacientes amputados, que o estudante se interessou pelo assunto e atualmente realiza uma iniciação científica nesta temática, no Laboratório da Mão e do Membro Superior (Labmão). 

O acolhimento dos veteranos também foi importante durante o ano de pandemia. “Sempre que eu tinha dúvidas com documentação, entidades, departamentos, disciplinas e professores, eles me auxiliaram, e até hoje sempre recorro a eles quando preciso.” A ajuda não veio só dos alunos mais antigos, alguns professores também se empenharam bastante em auxiliar os novos alunos nessa adaptação inicial. 

Wilker destaca também o papel das entidades estudantis, que se mostraram dispostas a ajudar em vários aspectos, como o Centro Acadêmico, o que o incentivou a fazer parte da equipe neste ano. 

Wilker Santos Costa
CURSO: FISIOTERAPIA
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Tem 21 anos, mora em Ribeirão Preto (SP), entrou na USP através do Sisu, depois de um ano de cursinho.

“Eu aconselho aos novos alunos não desanimarem, apesar da situação nada fácil. É preciso aproveitar o máximo de coisas que a USP oferece no ensino a distância, torcer para essa fase passar longo e reivindicar a vacinação em massa. Um passo enorme já foi dado, o de ser aprovado no vestibular e de estar na melhor universidade do Brasil. Quando você entra na universidade, espera viver um mundo completamente novo. Você quer experimentar tudo o que a vida universitária oferece, incluindo as festas, a rotina no campus, desfilar com o moletom USP, conhecer pessoas, usar os adereços de calouros, entre outros.

Acredito que criar uma rotina e ter equilíbrio de estudos, aulas, exercícios físicos, possa ajudar a manter o foco e a saúde mental boa, e também sempre procurar os veteranos quando tiver dúvidas, ou aflições – não há necessidade de sofrer sozinho. Manter o pensamento positivo de que essa fase não será eterna, e logo mais todos poderão vivenciar melhor esse período universitário, junto conosco, que já nos tornamos veteranos sem sermos calouros direito. Sejam muito bem-vindos a esta universidade e se cuidem!”

Wilker Santos Costa


Construindo interações

“Não me vejo fazendo outra coisa que não seja teatro”, conta a estudante Ana Beatriz, que escolheu o curso de Artes Cênicas e que tem a expectativa de ter uma visão mais ampla da profissão com a graduação na USP. 

“Durante a pandemia minha expectativa foi concretizada, porque temos aulas bem diferentes, de assuntos diversos, como direção, atuação, teoria e dramaturgia.” A estudante  também conseguiu ter bastante conteúdo conceitual das matérias, algo possibilitado pela predominância de aulas teóricas no ensino remoto. “Em praticamente todas as aulas isso aconteceu. Na aula de encenação, por exemplo, eu pude aprender coisas que não sabia sobre a história do teatro e acho que foi muito importante.”

Com o distanciamento social, as relações no ambiente on-line foram sua maior dificuldade. “É difícil interagir com os professores e com os colegas de turma. É um ambiente em que me sinto sozinha e tive dificuldade de começar a me soltar. Nas aulas de atuação, interagir com o meu colega de cena através da tela é difícil.” 

Mesmo assim, Ana Beatriz destaca que a sua turma que ingressou durante a pandemia conseguiu criar laços, mesmo a distância, pela tela do computador. “Começamos a fazer  videochamadas entre nós além da aula e isso nos ajudou muito. Essa dificuldade que eu tinha de interagir com as pessoas durante a aula foi se quebrando ao longo do segundo semestre, por conta dessa iniciativa.”

Outro desafio foi a necessidade de utilizar recursos audiovisuais para as aulas de teatro, o que exigiu um conhecimento além de sua área e de seus professores. “Uma experiência que passa a ser positiva nesse momento é que a gente acaba tendo que lidar com muitas coisas em cena que não teríamos se estivéssemos no presencial”, conta. 

É o caso da iluminação, por exemplo. “Enquanto atriz, se eu estivesse no palco, não teria que pensar nisso, mas, agora, estando sozinha na minha casa, preciso. Claro que é uma dificuldade também, e tem que ter os artefatos para lidar com tudo isso, mas você tem que de fato aprender a se virar com o que você tem.”

Ana Beatriz Fabrini
CURSO: ARTES CÊNICAS

Escola de Comunicações e Artes (ECA), em São Paulo. Tem 20 anos, mora em Campinas (SP), entrou na USP através da Fuvest, depois de um ano de cursinho.


“Apesar de tudo o que estamos vivendo, é bom sempre lembrar que esse momento da nossa vida é muito importante. É uma fase nova, e a USP é uma universidade imensa, onde existem várias possibilidades. Eu recomendo que os novos alunos tentem procurar por todas essas possibilidades, tanto de entidades, quanto de matérias que você pode fazer, quanto de pesquisas que podem ser feitas, ter isso em mente. E é uma universidade pública, ela é nossa, então vamos cuidar dela. O que me ajudou muito foi estabelecer uma rotina e tentar pensar o menos possível, de como possivelmente estaria sendo no presencial, porque isso só vai atrapalhar. Você deve realmente estar aberto a viver on-line, de se colocar nesse momento, porque se você ficar negando o que está acontecendo, não vai acontecer.”

Ana Beatriz Fabrini

Oportunidades em optativas

 

O desejo de frequentar o prédio histórico onde a faculdade fica, no Largo de São Francisco, centro de São Paulo, conhecer mais sobre o mundo jurídico e fazer novas amizades ainda estão no horizonte de quem entrou no curso no início da pandemia. “Eu cheguei a ter algumas aulas presenciais antes da necessidade de distanciamento e gostaria de ter continuado”, diz ele. Apesar do distanciamento, ele conseguiu manter boas relações com os colegas da turma e confirmou seu gosto pela área do DO sonho de ingressar na área de Direito, surgido na infância, fez o estudante Vinícius Esposte se dedicar aos estudos e buscar o curso da USP. “Fazer a matrícula, ver minha foto na carteirinha digital e meu nome no e-mail institucional da Universidade já cumpriu com muitas das minhas expectativas.” 

 

O desejo de frequentar o prédio histórico onde a faculdade fica, no Largo de São Francisco, centro de São Paulo, conhecer mais sobre o mundo jurídico e fazer novas amizades ainda estão no horizonte de quem entrou no curso no início da pandemia. “Eu cheguei a ter algumas aulas presenciais antes da necessidade de distanciamento e gostaria de ter continuado”, diz ele. Apesar do distanciamento, ele conseguiu manter boas relações com os colegas da turma e confirmou seu gosto pela área do Direito. A “olimpíada dos calouros”, promovida pelo Centro Acadêmico, ajudou na integração inicial e depois no ambiente on-line. 

 

Ao longo do curso, conhecendo as disciplinas, chegou a questionar sua escolha mas foi alertado pelos professores de que a percepção poderia mudar com o tempo. “Minha percepção inicial mudou e hoje eu amo o curso e tenho plena noção do porquê quero continuar me aprofundando nos estudos.”

Nesse processo, manter o foco durante as aulas foi a maior dificuldade no ensino remoto, além do cansaço decorrente da intensidade dos estudos nesse formato. “Eu percebi nas férias que, durante as aulas, não tive tempo para pensar em outras coisas que fossem do meu interesse.”

Mas Vinícius também destaca que a economia de tempo e dinheiro relacionada ao transporte foram vantagens do ensino remoto. “Eu levaria em média quatro horas por dia para ir e voltar da faculdade”, diz ele. A flexibilidade de horários e a praticidade nos contatos também são pontos favoráveis para ele. “Para os mais tímidos, perguntar no chat é mais fácil que levantar a mão na sala. Também, há a possibilidade de pesquisar as dúvidas no Google, ou perguntar para os colegas nos grupos de WhatsApp, na mesma hora em que elas surgem.” 

Outra possibilidade foi cursar disciplinas em outros institutos da USP, o que seria difícil durante o ensino presencial devido à distância entre os prédios. Vinícius fez matérias optativas no Instituto de Relações Internacionais (IRI), na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), além de uma matéria de férias na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP). “Com certeza me marcou muito a disciplina cursada na EACH, do curso de Gestão de Políticas Públicas, com a professora Ester Rizzi. É difícil de acreditar que, sem a pandemia, eu não teria a oportunidade de ter aprendido muito com esse curso.”

Vinícius Esposte
CURSO: DIREITO
Faculdade de Direito (FD), em São Paulo. Tem 21 anos, mora em São Paulo (SP), entrou na USP através da Fuvest, depois de dois anos de cursinho.

“Primeiro, sinta-se na USP apesar do ensino remoto porque agora você faz parte dessa comunidade. Segundo, dê uma chance ao seu curso, mesmo que no início ele não pareça com aquilo que você imaginava. Foi difícil chegar aqui, então pelo menos experimente. Terceiro, faça amigos. Pegue uma pessoa mais legal que tenha feito um trabalho em grupo com você, ou alguém com quem pareça valer a pena conversar e mande mensagem para ele. Quarto, participe das atividades de extensão, entidades e grupos porque é aí que você mais aprende e se desenvolve. Quinto, quando for estudar, tente não fazer tudo no mesmo lugar.

Para a maioria das pessoas, isso é difícil, mas, na medida do possível, tente ler os materiais das aulas em outros ambientes. Sexto, se exercite. Você vai passar muito tempo sentado  numa cadeira então é sempre bom dar uma esticada. Sétimo, estude, porque é tentador relaxar nas tarefas quando pensamos que as provas não serão presenciais. Por fim, aproveite tudo o que for possível,  também existem vantagens na aula a distância. Fique tranquilo, a pandemia um dia vai acabar e você ainda vai viver a USP como merece, por inteiro!”

Vinícius Esposte


União a distância

 

O fascínio pelas aulas de Biologia e o amor pelos animais levaram o estudante Pedro Lucas Lemos Matias a decidir cursar Medicina Veterinária na Universidade. “É um assunto que me interessa e mesmo que eu não vá trabalhar em clínica e siga pela área acadêmica, é um tema que eu gostaria de continuar estudando sempre.”

A escolha pela USP foi feita com a expectativa da excelência na formação e a possibilidade de vivenciar uma grande universidade. “Eu tinha expectativa de que vivenciar o Bandejão, as bibliotecas e o circular seria muito bom. E realmente estava sendo ótimo, até que logo veio a pandemia”, diz ele. Mas a qualidade do ensino ficou evidente mesmo no ensino remoto, que o estudante destaca como positivo pela possibilidade de rever as aulas. “Nós podemos assistir à mesma aula quantas vezes for preciso, até entender a matéria, o que no presencial não seria possível.” 

No primeiro semestre de aulas, Pedro foi representante da turma e por isso teve bastante contato com os colegas. “Uma coisa importante é que minha turma se uniu bastante mesmo a distância, durante a quarentena, para ajudar uns aos outros. Acho que essa união é uma coisa que vamos levar até o fim da graduação”. Além dos grupos de estudo, ele também fez parte da Atlética e do Centro Acadêmico no início do curso, mas precisou sair de ambos para se dedicar mais aos estudos. 

Pedro agora participa de um grupo de estudos de animais selvagens e da turma de xadrez, onde os alunos esporadicamente se reúnem em chamadas on-line para jogar. “Eu sou bem extrovertido, então acabei fazendo amizade com bastante gente. Mesmo que só batendo um papo de vez em quando, acabei conhecendo muitas pessoas da turma.”

Pedro Lucas Lemos Matias
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), em São Paulo. Tem 20 anos, mora em Atibaia (SP), entrou na USP através da Fuvest, depois de dois anos de cursinho.

“Os novos alunos devem manter a calma e vivenciar um dia de cada vez. Também, se organizar da melhor forma possível para que seja possível conciliar os estudos com a vida pessoal, sem comprometer a saúde mental e física durante esse processo. Já é muito difícil estar isolado em casa, tendo poucas interações sociais, então é preciso se planejar da melhor forma para que os estudos não virem uma bola de neve e acabem aumentando a ansiedade. Também aconselho que sempre peçam ajuda quando for preciso — para os amigos da faculdade, os de fora, os professores. Não se fechar nesse momento. Além disso, tentar mesclar a graduação com outras atividades que dão prazer. Nós já estamos tendo poucas interações sociais e não podemos fazer o que gostamos na rua, então tirar esse tempo de lazer dentro de casa é importante para que a faculdade não sobrecarregue.”

Pedro Lucas Lemos Matias

Amenizando o contexto

 

Com o objetivo de ter “o melhor conhecimento do País”, Ana Clara de Paula Moreira escolheu a USP para ter uma formação nas áreas que sempre gostou na escola: física e astronomia. “Eu queria fazer parte desse universo que a USP proporciona, estudar e ter uma perspectiva de carreira com os melhores profissionais, o que estou tendo agora mesmo remotamente.”

 

A estudante demorou cerca de três meses para se adaptar ao ensino remoto. “Foi um choque para todo mundo no começo do ano passado”, disse ela, que lamenta não poder conviver presencialmente com os colegas. “Algumas pessoas dizem que estudar em casa pode ser melhor e mais produtivo, mas chega uma hora em que você sente falta dos seus amigos, de discutir presencialmente sobre as matérias, de ‘bandejar’, entre outras coisas.”

 

Apesar da situação, Ana Clara segue tentando concretizar seus planos, contando com ações que amenizam o contexto. Ela conta o exemplo de um professor que entendeu as dificuldades do ensino on-line e modificou a prova tradicional de múltipla escolha para que os alunos tivessem mais oportunidade de desenvolver seu conhecimento. “Com essa prova, o professor entendeu a dificuldade dos alunos e depois, ao informar se o aluno teve bom desempenho, ele ressaltou tópicos que você deveria estudar para o melhor aproveitamento da próxima matéria seguinte, e isso foi bem legal.”

 

A estudante destaca o papel dos veteranos no acolhimento e animação em apresentar o curso e a Universidade aos novos estudantes.

Ana Clara de Paula Moreira
CURSO: FÍSICA
Instituto de Física (IF), em São Paulo. Tem 19 anos, mora em Diamantina (MG), entrou na USP através da Fuvest, depois de um ano de cursinho.

“Seja perseverante. Vai ser difícil, muito difícil, mas aprenda a confiar em você e nos seus sonhos, procure ajuda e lembre que não existem perguntas ruins!”

Ana Clara de Paula Moreira

Revendo o conhecimento

 

O estudante João Pedro de Andrade escolheu cursar Sistemas de Informação na USP pela possibilidade de trabalhar ao mesmo tempo as áreas de gestão e computação. Mas a experiência em outro curso de graduação, o de Engenharia Civil na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que acabou não correspondendo aos seus planos, fez com que ele não tivesse tantas expectativas com a nova vida de calouro e focasse no aprendizado.

“Mesmo com a pandemia, pude aprender muito sobre a área e minha expectativa com o ensino se concretizou”, destaca João Pedro. Ele conta que a possibilidade de rever as aulas, em sua maioria gravadas e disponibilizadas on-line, sempre que necessário foi a melhor vantagem do ensino a distância. 

A impossibilidade de vivenciar presencialmente a estrutura física da Universidade, com os laboratórios e computadores, foi uma das decepções do estudante. “Em algumas disciplinas, são cobradas atividades cuja realização depende do uso de programas mais pesados, que não rodam tão facilmente em computadores caseiros.”

João Pedro não conseguiu tempo para integrar-se mais aos colegas de curso, principalmente com o ensino a distância. “No pouco tempo de curso presencial, a experiência foi a melhor possível.”

João Pedro Andrade

CURSO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), em São Carlos. Tem 20 anos, mora em Franca (SP), entrou na USP através do Sisu.

“A USP é uma faculdade excelente e oferece um ensino de ponta, mas o proveito disso depende também dos alunos. Então o conselho é que os novos alunos desfrutem disso. Façam matérias focados em aprender e não apenas com o objetivo de serem aprovados. A experiência on-line será mais positiva se encarada com essa disposição. Os professores são bons e temos muito conteúdo disponível, não só nos próprios portais da faculdade como na internet no geral. Fazer um bom curso depende de você”

João Pedro Andrade

 

Por: Karina Tarasiuk e Victoria Borges, Jornal da USP

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